12 fevereiro 2013

Resenha: 1808



"Era querido (D. João VI), mas também carinhosamente e tolerantemente desprezado por sua fraqueza e sua covardia. Com sua opinião ninguém se preocupava, e isto o levava a esconder seus sentimentos, bem como procurar vencer adiando as soluções, lançando seus conselheiros um contra os outros, um ministro em oposição a seus colegas. Lograva realizar seus intuitos pela força tremenda da apatia e do adiamento. Triunfava cansando seus adversários."
(Página 154, 1º parágrafo)

Laurentino Gomes é jornalista e com o livro 1808 ganhou o Jabuti, o mais tradicional prêmio da literatura brasileira. 1808 é um livro-reportagem, ou seja, de não-ficção. Sempre amei história, mas na época da escola a que eu menos gostava era a do Brasil. Sempre achei sem sal, não tinha muita graça. Ao ler esse livro me surpreendi. Nossa história daria um filme de comédia. O livro trata basicamente da fuga da família real de Portugal para o Brasil. D. João VI era o príncipe regente de Portugal. Governava no lugar de sua mãe, Dona Maria que estava louca. Em 1806 com o decreto do Bloqueio Continental por Napoleão Bonaparte, D. João tinha que tomar uma decisão. Aderir a ele, e perder suas relações com a sua aliada Inglaterra ou enfrentar Napoleão. D. João escolheu fugir com toda a corte portuguesa para o Brasil. Aqui, aprontaram. Casado com uma mulher maquiavélica, Carlota Joaquina, que constantemente conspirava contra ele, era um príncipe fisicamente grotesco. Tinha medo de trovoadas, caranguejos e siris, sua sexualidade era contestável. Guardava franguinhos passados na manteiga no bolso de sua casaca  e os comia no intervalo de suas reuniões. O livro também conta a história de outros personagens que não são mencionados nos livros escolares de história, que inicialmente atuaram apenas como atores coadjuvantes, mas que possuíram uma história muito bacana. O livro traz trechos de cartas de alguns personagens mandadas para seus parentes em Portugal. Traz também trechos de diários de viajantes que por aqui passaram naquela época. O relato da aventura do bibliotecário real. As peripécias de uma corte nada refinada, cheia de costumes selvagens. Uma ótima leitura. Você lê, aprende sobre a história do seu país e se diverte. Possuí uma narrativa de fácil compreensão. Vale a pena ler.

Sequência:
1822 – Como um homem sábio, uma princesa triste e um escocês louco por dinheiro ajudaram D. Pedro a criar o Brasil – um país que tinha tudo para dar errado.

Avaliação 5/5
 
Título: 1808 – Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil.

Autor: Laurentino Gomes

Editora: Planeta

Ano: 2009

Número de Páginas: 414
Beijos, Bruna.


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